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Lembrando Hubert de Givenchy

No dia 12 de março desse ano foi noticiado que o estilista e fundador da marca Givenchy, Hubert de Givenchy faleceu aos 91 anos de idade. Além de ícone absoluto no mundo da moda, o estilista também lançou tendências no mundo do cinema, maquiagem e é claro o mundo dos óculos escuros.

Hubert de Givenchy nasceu em 1927 na cidade de Beauvais na França. Formado em pela École Nationale Supérieure des Beaux-Arts em paris em 1944, o jovem designer foi aprendiz de Jaques Fath com apenas 17 anos e começou a entender o mundo da moda por dentro. Após o trabalho com Fath, Hubert fez temporadas com respeitadas casas de alta costura como a de Robert Piquet, Lucien Lelong e Elsa Schiaparelli.

Em 1952 foi aberta a marca Givenchy com saias longas, peças de alfaiataria, vestidos de festa e chapéus femininos, solidificando o nome Givenchy dentro do mundo parisiense. Com o sucesso do figurino utilizado por Audrey Hepburn em Bonequinha de Luxo, a marca virou ícone mundial.

Anos 70 

Ícone do estilo parisiense na década de 50 e 60, foi só na década de 70 que a Givenchy dominou o mundo dos óculos. Com armações extra grandes, tons pastéis, e hastes distorcidas, a givenchy criou um visual que define a estética da época. Hoje podem ser encontrados muitos modelos originais em sites de colecionadores.

Anos 80 dramáticos

Com a chegada dos anos 80, a marca produziu óculos dignos da década, que foi marcada pelo excesso e acessórios de luxo. Os óculos ganham formatos mais angulares e o dourado reina. A logomarca também muda para a que é até hoje a representação da marca.

O minimalismo de 90

Com a virada da década, o mundo da moda muda radicalmente e as coleções vão de excessiva e ricas para modelos simples e minimalistas. Os óculos também entram nessa nova estética.

Anos 2000

Chegando na primeira década dos anos 2000, com as tendências futuristas, a marca entra na década com modelos modernos e com preferência por materiais metálicos.

Presente

Estabelecida e com 50 anos de experiência, a Givenchy apresenta suas coleções de óculos com lindas campanhas, seguindo os modelos do começo da década. Os modelos são simples e elegantes, com influências dos modelos clássicos como aviadores e com tons neutros, que combinam com qualquer look.

Os óculos acompanham as mudanças da moda mas sem nunca manchar o legado de elegância e sofisticação estabelecido pelo seu criador. A Givenchy continua sendo uma das marcas mais respeitadas do ramo e aguardamos ansiosamente o que eles trarão nas próximas passarelas.

Pierre Cardin: Um revolucionário do Design

Pierre Cardin é um designer italiano, criado na França, conhecido por seu afeto por formas geométricas e criações avant-garde. Pierre ganhou popularidade na década de 60 no mundo fashion, criando roupas, acessórios e móveis geométricos e futuristas, e os óculos não ficaram para trás. Sua formação formal como arquiteto se refletirá bastante em suas criações, sempre focadas e formas inusitadas e lentes esteticamente provocantes.

História

Nascido na cidade de Treviso na Itália, Pierre e sua família, buscando refúgio do governo fascista da época, foram para a França, aonde ele iria crescer e morar o resto de sua vida. Com 14 anos ele começou a trabalhar como assistente em uma casa de moda francesa, aonde aprendeu os básicos da modelagem e construção de roupas. Durante a segunda guerra mundial o estilista trabalhou com a cruz vermelha, e desde então esteve envolvido em causas humanitárias.

Quando a guerra acabou, ele se muda para Paris, aonde começa a trabalhar para a Paquin. Durante esse período ele trabalhou para grandes casas como Christian Dior e Elsa Schiaparelli. Só na década de 50 que ele lança sua própria marca. A moda prêt-à-porter, ou pronta pra vestir, começa a ganhar espaço no mercado da época, e Cardin percebeu rapidamente que esse seria o futuro. Durante a década de 60 ele explorou os limites da moda, brincando com tamanhos e formatos, da mini saia, a maxi saia, texturas, pompoms, franjas, penas e cores!

Seus óculos não ficam para trás. Seus modelos são copiados até hoje, e parecem ainda modernos, apesar de terem mais de 50 anos de história já! Confira abaixo algumas imagens do que ele criou durante sua vida:

Ele também foi o criador, junto ao famoso ótico e designer Germano Gambini, dos óculos dobráveis. “Era o começo da década de 60, estava em paris junto com Pierre Cardin, com quem co-criei os óculos dobráveis. Eles foram imediatamente copiados, mas nunca fiquei bravo. Se você está sendo copiado, isso significa que você é bom” – Germano Gambini

Anúncio com a atriz Audrey Hepburn

Tempos Modernos

Em 2011 Pierre assinou um desfile em paris e mostrou que, mesmo aos 88 anos na época, ele ainda ousa e surpreende com designs coloridos e absolutamente originais:

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Lady Gaga: Uma carreira através dos óculos

Quando apareceu na cena musical, Stefani Joanne Angelina Germanotta, ou simplesmente Lady Gaga, estava usando uma roupa meio estranha e um par de óculos que eram também monitores. Mal sabíamos que aquilo era só o começo.

Lady Gaga já é um ícone de moda, sem medo de arriscar nos modelitos, de vestido feito de carne crua até entradas triunfais dentro de um casulo (lembra disso?) uma coisa é certa: Não há ninguém que se compare à sua irreverência e estilo hoje em dia. E, claro, ela sabe que nenhum look está completo sem uma armação diferente! Confira os looks:

Logo no seu primeiro álbum, a cantora já demonstrou afinidade com o look “mascarado”. Com uma armação grande, cria-se uma imagem impactante que informará como será seu estilo nos primeiros anos de carreira. Ela usa nos clipes muitos óculos grandes e pretos.

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Em ordem: Do Clipe “Just Dance”; cena de “Paparazzi” e uma foto promocional do disco “The Fame”

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Looks da era do disco “The Fame Monster”: Esq-dir. Cena do clipe “Telephone”; Lady Gaga promovendo seu disco; Cena do clipe “Alejandro”.

Com óculos Carrera, no Clipe Bad Romance

Até agora tudo muito normal né? Bem, é estreado o disco “Born This Way” em 2011: Chega a era em que a cantora mais demonstra sua criatividade e ousadia nos looks e, claro, nos óculos:

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Esq. para Dir; Com os cabelos azuis, e uma armação enorme; Convidada para um evento da Chanel, ela usa da cabeça aos pés itens da marca; Como chama seus fãs de “Little Monsters” ou “monstrinhos” um óculos que imita pequenas garras; Uma imagem mais suave, com armação branca de grau;


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Novo disco, nova fase! Art Pop chega às paradas com uma Lady Gaga menos colorida e mais clássica. O visual dessa nova fase se inspira nas criações renascentistas, com muita iconografia dos grandes mestres como Botticelli e Da Vinci:

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Esq. para Dir. Fotografia para a campanha do disco Art-Pop, com uma máscara gigante; da mesma campanha, um modelo bem renascentista, lembra as ilustrações de Da Vinci; Em evento de promoção do disco novo, ela usa mais um modelo que parece uma invenção renascentista

Depois de Art Pop, a diva aparece com um disco e visual bastante diferente de tudo que ela havia feito até hoje. Com músicas com poucas intervenções digitais, no album Joane, com hits beirando o country e o folk, a cantora também mudou o visual para algo menos pretensioso e mais “pé no chão”, os óculos também seguem na linha mais discreta:

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Com roupas mais discretas, os óculos também acompanham o estilo.

[Update 2020]

Em fevereiro de 2020, Lady Gaga parece retornar à suas origens mais artísticas com o novo single stupid love. A campanha que antecedeu o clipe, tem uma estética bem pop, com os cabelos rosa e penteados ousados. Os óculos, com formatos bem potudos e escuros, fazem contraste com a paleta pastel.

No clipe, ela adota a estética dos óculos esportivos, que lembram os utilizados para esportes de neve, também seguindo a paleta de cor rosa.

Still do clipe Stupid Love

Qual era da Lady Gaga você mais gosta?

História por Trás das Lentes

Inspirados no vídeo em que postamos na última quarta-feira [Assista Aqui] decidimos cprimoontar um pouco da história por trás dos óculos. Começaremos pela sua criação, que se deu há mais de 700 anos, por volta de 1268 e 1289 na Itália. Seu inventor é desconhecido, mas se sabe que os primeiros modelos eram utilizados por monges e estudiosos. Eles eram apoiados no nariz, ainda sem hastes. Ele vai passar anos sem grandes mudanças até que, em 1452 com a invenção da imprensa, a disponibilidade de livros e junto com aumento da literacia, criou-se a necessidade da produção de óculos mais baratos e confortáveis.

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Óculos Martin’s Margins

Os anos de 1700s deram duas grandes contribuições para os óculos: a invenção das hastes que davam apoio nas têmporas e atrás das orelhas e das lentes bifocais, criação de Benjamin Franklin em 1784. Dos modelos que chamam a atenção:

Martin’s Margins; Desenvolvidos por Benjamin Martin, era feitos dos chifres de gado, eram redondos com apoio nas orelhas.

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Óculos Tesoura

Óculos Tesoura: Eram a escolha dos que não se adaptaram aos modelos com haste. Napoleão Bonaparte e George Washington eram adeptos do modelo. Eles eram usados na mão.

Com a possibilidade de produção em grande escala no final do século, os óculos começaram a ser vendidos em menos modelos, e eram vendidos em pequenos mercados, joalheiros e vendedores viajantes.

Chegando em 1800, mais popularizados, os óculos também viraram sinal de velhice e doença, então as pessoas passaram a usar os óculos somente quando necessário. Por isso que os modelos como o lorgnette fizeram sucesso, eram utilizados na mão e facilmente guardados.

 

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Óculos Lorgnettes

Os lorgnettes foram criados em 1780 e foram uma evolução dos óculos tesouras. Os primeiros modelos eram uma peça só, com a alça para ser segurados na mão e mais tarde ganharam uma dobradiça para deixar o modelo portátil. O modelo ficou tão popular que os produtores chegaram a fazer modelos no topo de lápis, leques e até aparelhos que facilitavam a audição.

No século seguinte, em 1900, os óculos ganharam uma indústria própria, com melhor distribuição. Com as grandes guerras impulsionando o avanço tecnológico em materiais e a era de ouro de Hollywood, os óculos ganharam um status nunca antes visto.

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Óculos Pince-Nez

Nas primeiras duas décadas o modelo Pince-nez, do francês “aperta-nariz” foi peça notável; Sem hastes, era feito geralmente de metal e ficava no lugar com a ponte apertada no nariz. Não era confortável e caia constantemente do nariz, o que fez com que fosse substituída por outros modelos, mas ganhou notoriedade entre figuras ilustres como os presidentes americanos Teddy Roosevelt e Calvin Coolidge.

Os óculos pince-nez continuaram populares na década de 20, mas começaram a serem vistos como símbolo de uma geração passada, algo antiquado e elitista. Um ator da época, Harold Lloyd, popularizou os óculos redondos de tartaruga que virou febre. O autor brasileiro Mario de Andrade também usava esse modelo de óculos.

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Mario de Andrade

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Harold Lloyd

Nas décadas de 30 e 40 cresce a popularidade dos óculos escuros pela primeira vez. A primeira e segunda guerra mundial trouxeram avanços tecnológicos, o mais notável foi o desenvolvimento de lentes que bloqueiam raios ultra violetas e infra vermelho. Com isso, as marcas começam a divulgar os óculos como, não só peças de moda, mas com uma função prática. A produção de plásticos se desenvolveu melhor e trouxe novas possibilidades de design, além de ser barato que permitiu a popularização de novos modelos. Os modelos “gatinho”, com um detalhe alto nas pontas da armação, viram os óculos de escolha das mulheres da década, tanto como óculos de grau como os solares.98be45b30110aa10dbf2d3ff7789b042Da década de 50 até hoje os óculos se tornaram peça indispensável de qualquer guarda-roupa. Os formatos se tornaram mais ousados e as cores também. Assim com o mundo da moda, os óculos se atualizaram, estilos saem e voltam de moda e cada vez mais o mundo do cinema e das celebridades influenciam as tendências das ruas. Marcas como a Ray-Ban tem relançado modelos antigos e cresce o uso de modelos vintage.

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Google Glasses, o óculos da Google com câmera e interface digital

Esperamos que para o futuro, com as constantes evoluções em tecnologia e pesquisa de materiais, tenhamos óculos cada vez mais leves, de materiais reciclados ou feitos de fibras naturais. Além disso, a incorporação de tecnologia nos óculos, como a google fez com o google glasses, pode ganhar espaço conforme forem desenvolvidos melhores adaptações. Mal podemos esperar para ver!

Leia também nosso post sobre a história da Ray-Ban aqui!

Referência:

http://www.museumofvision.org/exhibitions/?key=44&subkey=4&relkey=35#1800s